Mercado reduz previsão de rombo nas contas públicas
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Sinalização do presidenciável de que defende um plano de privatizações e reforma da Previdência mais suaves desagradou o mercado; confirmação de investigação de Paulo Guedes, guru do candidato, também está no radar
O Ibovespa intensificou o ritmo de perdas nesta tarde e já operava em queda de mais de 2% nesta quarta-feira (10), num dia marcado pelo noticiário político agitado e pela maior aversão ao risco no exterior.
Pelas 15h20, o Ibovespa, principal referência da Bolsa brasileira, caía 2,40% para 84.024 pontos; o dólar subia mais de 1% a R$ 3,751. Na véspera, a Bolsa fechou estável, mas na segunda-feira (8) registrou a maior alta diária em mais de dois anos, após votação expressiva de Bolsonaro no primeiro turno da eleição presidencial, que disputará em segundo turno com Fernando Haddad, do PT, no próximo dia 28.
As declarações de Jair Bolsonaro, preferido do mercado, jogaram um "balde de água fria" sobre as expectativas dos investidores.
Um discurso bem mais moderado que o previsto e do que o defendido por seu guru econômico, Paulo Guedes, em relação a dois temas centrais, como a reforma da Previdência e plano de privatizações, desagradou o mercado.
Em entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro se mostrou resistente à ideia de privatizar empresas estatais consideradas "estratégicas", incluindo o setor energético. O presidenciável disse ser contra a privatização do "miolo" da Eletrobras e da Petrobras. Questionado, o candidato do PSL afirmou que a venda área de distribuição da Eletrobras até poderia ser discutida, mas não a de geração. Quanto à Petrobras, Bolsonaro disse considerar possível privatizar o refino do petróleo.
Além disso, também gerou ruído as declarações de Bolsonaro e de seu coordenador político, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), de que o ex-militar e seu entorno não são favoráveis à reforma da Previdência nos modelos propostos pelo governo Michel Temer, sugerindo apoiar mudanças menos duras na Previdência. As falas sepultam as expectativas de que o candidato viabilizaria uma aprovação da reforma da Previdência, vista como essencial para equilibrar as contas públicas e fazer o país crescer, ainda neste ano.
Também pesa a confirmação de que Paulo Guedes está sendo investigado por fraudes com fundos de pensão de estatais.
"As declarações recentes do candidato (Jair Bolsonaro) e do seu principal articulador político, o deputado Onyx Lorenzoni, indicam menor ímpeto privatizante do que Paulo Guedes propagandeava e levantam dúvidas sobre a viabilidade das principais reformas", disse o economista-chefe da Rio Bravo Investimentos, Evandro Buccini.
As ações da Eletrobras são as mais penalizadas: os títulos preferenciais da elétrica recuavam 9,85%; as ordinárias, 9,82%. Os títulos da Petrobras tombavam 3,09%; pela manhã, a queda chegou a 5%.
O mercado também está apreensivo com a divulgação da primeira pesquisa do Datafolha, prevista para as 19h desta quarta, que vai trazer as intenções de voto do segundo turno da corrida presidencial.
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