O Fórum Econômico Mundial 2019, que aconteceu em janeiro, em Davos, na Suíça, chamou a atenção dos brasileiros pelas polêmicas envolvendo a participação do presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Poucas pessoas tomaram conhecimento por aqui de importantes discussões que afetam a vida do planeta.
Uma delas foi a união de representantes das Nações Unidas, do Fórum Econômico Mundial e do Conselho Empresarial Mundial para discutirem um problema muito grave e crescente que ameaça populações e o meio ambiente: o lixo eletrônico.
Os baixos custos de produção, tornando equipamentos eletrônicos cada vez mais acessíveis, tem levado empresas e pessoas a trocarem equipamentos ao invés de consertarem ou reaproveitarem.
Televisores, computadores, smartphones, carregadores, entre outros, chamados de e-lixo, não são biodegradáveis e, muitas vezes, contêm componentes feitos de materiais tóxicos como chumbo que, além de agredir o meio ambiente, provoca sérios danos à saúde de quem convive e manuseia o e-lixo. Há muito, a Apple e a Microsoft falam do problema, mas atitudes não foram concretizadas.
Atentos à questão, o grupo reunido em Davos formou a PACE - Plataform for Accelerating the Circular Economy (Plataforma de Aceleração da Economia Circular) e, na ocasião, divulgou seu primeiro relatório.
"O e-lixo é o fluxo de resíduos que cresce mais rápido no mundo. Estima-se que esse fluxo já tenha atingido 48,5 milhões de toneladas em 2018", diz o documento. A maior parte do e-lixo, produzido pela Europa e EUA, acaba sendo despejada em países como Nigéria, China, Gana e Índia, que sofrem os custos humanos e econômicos de lidar com o material. "Os trabalhadores sofrem com alta incidência de nascidos com má-formação e mortalidade infantil. Elementos são encontrados no sangue dos trabalhadores informais em depósitos de e-lixo, onde a queima a céu aberto é prática comum para a coleta de material", denuncia o PACE.
Pelo direito de reparos
A Plataforma pretende combater o problema conscientizando sobre os perigos de saúde e o custo econômico do e-lixo, e construindo parcerias com corporações e governos para, em seguida, realizar planos coordenados para resolver a questão. O grupo acha que pode provocar ações das corporações se elas agirem por interesse próprio, já que o valor material do e-lixo sozinho é de US$ 62,5 bilhões, três vezes mais que a renda anual das minas de prata do mundo e mais que o PIB da maioria dos países, como informa o relatório.
As discussões durante o Fórum apontou para a necessidade de devolver aos consumidores o direito de reparo de seus produtos, não ficando apenas nas mãos dos fabricantes.
A equipe de trabalho que se formou está otimista. "A coalizão de e-lixo da ONU já teve uma reunião importante com grandes marcas, incluindo Apple, Google e outras, e recebeu todo apoio delas para estabelecer uma cooperação mais próxima sobre o assunto do e-lixo", disse Ruediger Kuehr, diretor do Programa de Ciclos Sustentáveis da Universidade das Nações Unidas. "Está claro que só vamos conseguir canalizar essa questão para caminhos mais sustentáveis se tivermos sucesso em desenvolver uma colaboração próxima", completou
De imediato, a PACE planeja pesquisar sistemas de recompensa para incentivar a reciclagem em todo o mundo.
Uma coisa é certa, não é mais possível conviver com toneladas de lixo tóxico despejadas por países ricos em países mais pobres, envenenando trabalhadores e o meio ambiente. As ações discutidas em Davos precisam ser colocadas em prática o mais rápido possível.
angelita 08.10.2019
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Plataforma multidisciplinar de discussão foi formada para analisar o problema e encontrar soluções para evitar agravamento da situação
O Fórum Econômico Mundial 2019, que aconteceu em janeiro, em Davos, na Suíça, chamou a atenção dos brasileiros pelas polêmicas envolvendo a participação do presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Poucas pessoas tomaram conhecimento por aqui de importantes discussões que afetam a vida do planeta.
Uma delas foi a união de representantes das Nações Unidas, do Fórum Econômico Mundial e do Conselho Empresarial Mundial para discutirem um problema muito grave e crescente que ameaça populações e o meio ambiente: o lixo eletrônico.
Os baixos custos de produção, tornando equipamentos eletrônicos cada vez mais acessíveis, tem levado empresas e pessoas a trocarem equipamentos ao invés de consertarem ou reaproveitarem.
Televisores, computadores, smartphones, carregadores, entre outros, chamados de e-lixo, não são biodegradáveis e, muitas vezes, contêm componentes feitos de materiais tóxicos como chumbo que, além de agredir o meio ambiente, provoca sérios danos à saúde de quem convive e manuseia o e-lixo. Há muito, a Apple e a Microsoft falam do problema, mas atitudes não foram concretizadas.
Atentos à questão, o grupo reunido em Davos formou a PACE - Plataform for Accelerating the Circular Economy (Plataforma de Aceleração da Economia Circular) e, na ocasião, divulgou seu primeiro relatório.
"O e-lixo é o fluxo de resíduos que cresce mais rápido no mundo. Estima-se que esse fluxo já tenha atingido 48,5 milhões de toneladas em 2018", diz o documento. A maior parte do e-lixo, produzido pela Europa e EUA, acaba sendo despejada em países como Nigéria, China, Gana e Índia, que sofrem os custos humanos e econômicos de lidar com o material. "Os trabalhadores sofrem com alta incidência de nascidos com má-formação e mortalidade infantil. Elementos são encontrados no sangue dos trabalhadores informais em depósitos de e-lixo, onde a queima a céu aberto é prática comum para a coleta de material", denuncia o PACE.
Pelo direito de reparos
A Plataforma pretende combater o problema conscientizando sobre os perigos de saúde e o custo econômico do e-lixo, e construindo parcerias com corporações e governos para, em seguida, realizar planos coordenados para resolver a questão. O grupo acha que pode provocar ações das corporações se elas agirem por interesse próprio, já que o valor material do e-lixo sozinho é de US$ 62,5 bilhões, três vezes mais que a renda anual das minas de prata do mundo e mais que o PIB da maioria dos países, como informa o relatório.
As discussões durante o Fórum apontou para a necessidade de devolver aos consumidores o direito de reparo de seus produtos, não ficando apenas nas mãos dos fabricantes.
A equipe de trabalho que se formou está otimista. "A coalizão de e-lixo da ONU já teve uma reunião importante com grandes marcas, incluindo Apple, Google e outras, e recebeu todo apoio delas para estabelecer uma cooperação mais próxima sobre o assunto do e-lixo", disse Ruediger Kuehr, diretor do Programa de Ciclos Sustentáveis da Universidade das Nações Unidas. "Está claro que só vamos conseguir canalizar essa questão para caminhos mais sustentáveis se tivermos sucesso em desenvolver uma colaboração próxima", completou
De imediato, a PACE planeja pesquisar sistemas de recompensa para incentivar a reciclagem em todo o mundo.
Uma coisa é certa, não é mais possível conviver com toneladas de lixo tóxico despejadas por países ricos em países mais pobres, envenenando trabalhadores e o meio ambiente. As ações discutidas em Davos precisam ser colocadas em prática o mais rápido possível.
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