A deputada Tábata Amaral (PDT) ficou entre os assuntos mais comentados das redes sociais na noite desta quarta-feira (27) após viralizar um vídeo onde ela dialoga com o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez.

Durante reunião na Comissão de Educação, a ativista questionou o ministro sobre a falta de projetos apresentados. “Muitos de nós viemos não esperando resultados, mas indícios de que haviam planejamento estratégico, metas, dados. Mas o senhor nos trouxe uma lista de desejos. Saio dessa reunião extremamente decepcionada e sentindo que a sua incapacidade de apresentar uma proposta, de saber dados básicos e fundamentais, é um desrespeito não só a educação, não só ao ministério, não só o parlamento, mas ao Brasil como um todo”, diz a deputada.

Confira o vídeo abaixo:


Tábata ainda disse acreditar que uma troca constante do grande escalão não fará com que a educação brasileira tenha sucesso. “Isso demonstra a sua incapacidade de estar nessa pasta”.

Em resposta a deputada, Vélez disse que só vai se demitir se o Presidente da República pedir. “Se a senhora não espera nenhuma resposta, por que faz pergunta?”, perguntou o ministro.

Vélez Rodriguez vem se envolvendo em uma série de polêmicas e conflitos desde que assumiu o maior cargo da Educação no país. Em janeiro, o MEC publicou um edital para compra de livros didáticos que permitia obras sem referências bibliográficas e com erros. No mesmo mês, concedeu entrevista dizendo que “a universidade não é para todos”. Em fevereiro, foi criticado por criar uma comissão para fiscalizar possível “viés ideológico” nas questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ainda enviou uma carta para as escolas pedindo que filmassem os alunos entoando o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL). 

Desde o início de março, tem tido dificuldades de manter unidade no MEC por atritos com Olavo de Carvalho, conselheiros de Jair Bolsonaro que indicou nomes para a pasta da educação. No último dia seis, por exemplo, Vélez exonerou seis indicados por Carvalho. A crise gerou vai-e-voltas na pasta. A última dela foi o cancelamento da avaliação nacional de alfabetização, que seria retomada em 2021. Após repercussão negativa, ele voltou atrás e decidiu realizar a prova. O ministro ainda exonerou o então  diretor-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Marcus Vinicius Rodrigues, porque ele teria “puxado o tapete”.