Cadê os Yanomami?

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Cadê os Yanomami?

Atualizado em 05/05/2022 por Maria Clara

Provavelmente devem ter visto nas redes sociais a campanha “Cadê os Yanomami?” que tem se espalhado e causado muita polêmica. Tudo começou com a denúncia sobre a morte de uma criança indígena, uma menina de 11 ou 12 anos, após ter sido estuprada por garimpeiros da região. Contudo, descobrimos que este não é um caso isolado e já houve outras denúncias como essa em territórios indígenas que sofrem com o garimpo ilegal.

Após a denúncia aparecer nas redes sociais, a aldeia em que viviam 25 yanomami aparece num vídeo sendo queimada e sem a presenças dos indígenas. Por esses motivos, entrou em circulação a campanha “Cadê os Yanomami?” que está tentando trazer visibilidade a um caso que foi negligenciado pelas grandes mídias.

O que de fato aconteceu?

O conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY) está responsável por examinar o caso da denúncia. Eles declararam que ao chegarem à aldeia a encontraram pegando fogo e sem a presença dos indígenas, porém alguns apareceram após 40 minutos para recuperar o material dos garimpeiros.

Ademais, o Considi-YY declarou na carta que “após insistência, alguns indígenas relataram que não poderiam falar, pois teriam recebido 5 gramas de ouro dos garimpeiros para manter o silêncio”. Ainda não se sabe o que de fato aconteceu, mas a publicação da carta do Considi-YY fez com que fosse criada a companha “Cadé os Yanomami?”. Na terça-feira (03/05), a campanha entrou nos Trending Topics do Twitter e chamou a atenção tanto de políticos quanto de celebridades.

Garimpo ilegal

Não é de hoje que os indígenas lutam contra o garimpo ilegal. Os primeiros registros de o garimpo na terra dos yanomami começaram na década de 80. O que culminou, em 1993, num massacre que ficou conhecido como Massacre de Haximu, no qual 12 indígenas foram assassinados. Tudo começou com a morte de quatro yanomami, em retaliação eles mataram 2 garimpeiros, o que resultou no massacre .

Por causa da demarcação de terras indígenas houve a diminuição da prática do garimpo ilegal. Fator que foi mudado nos últimos dois anos. Especialistas no assunto analisam que as declarações do presidente Jair Bolsonaro a favor do garimpo e da mineração em terras indígenas fizeram com que a atividade voltasse a acontecer ilegalmente e de forma cada vez mais forte.

Além dos casos de mortes e de estrupo de crianças, o garimpo também prejudica o meio ambiente pela contaminação de mercúrio. O que é prejudicial igualmente para os indígenas da região que acabam também se contaminando. Uma pesquisa feita pelo Instituto Socioambiental (ISA) com a Fiocruz e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) demostraram que 92% dos moradores de Aracaçá tinham um nível altíssimo de contaminação. O mercúrio causa perda de visão, danos em fetos e problemas motores e neurológicos.

Isso tudo acontece porque o território indígena dos Yanomami é muita rico em ouro. O que faz com que o garimpo ilegal seja uma luta frequente entre os indígenas que querem proteger seu povo e o direito a terra e os garimpeiros dispostos a fazer o que consideram necessário para lucrar com o ouro.

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