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'A mudança começa na atitude de cada brasileiro'
'Minha música é um reflexo do que estamos vivendo no país'
Artista alagoano lança novo álbum e se prepara para turnê mundial em março
Conhecido por diversos sucessos como "Se", "Eu te Devoro" e "Samurai", Djavan lançou seu 24º álbum no final do mês passado. Em "Vesúvio", o artista apresenta 12 canções, além de uma faixa bônus com o uruguai Jorge Drexler. Em março, o alagoano começa turnê mundial para promover o novo disco.
Qual sua música preferida do novo álbum? Por quê?
Não existe isso de música preferida, porque a gente deposita a mesma energia e a mesma expectativa em cada uma delas. O prazer que existe em fazer uma música nova, com letra nova, arranjo novo é imenso e é igual, porque a gente tem a mesma dedicação para cada uma.
Por onde vai passar na turnê mundial? Já tem datas e locais?
A gente começa no dia 22 de março, começando pelo interior de São Paulo e certamente se estenderá por um ano e meio. Vamos para Europa, vamos tentar o Japão, uma coisa que eu já fiz seis vezes e tenho resistido, porque é difícil uma viagem de 25 horas. Estados Unidos, várias cidades, vários países da Europa. América Latina também. É uma turnê mundial que abrange dois, três continentes, como sempre.
Na música "Orquídea", você cita diversas espécies. Qual sua relação com a flor?
Tenho um orquidário, cultivo orquídea. Queria usar essa nomenclatura em latim, que são os nomes das orquídeas, e que todos têm uma música própria. Queria me desafiar em tentar fazer uma canção com esses nomes. Gosto de planta, tenho jardim já há muito tempo e não tinha orquídea. Há uns 15 anos, resolvi ter. Já tem bastante tempo que estou lidando com isso.
Nesse álbum, você usa várias imagens da natureza. Por que resolveu recorrer a isso?
Tem coisas que a gente não sabe exatamente por que fez. Essa coisa da relação com a natureza é uma coisa forte e é musical, acima de tudo. Fiz por isso, porque acho que tem uma musicalidade interessante em todos esses aspectos da natureza.
Nesse disco, há muitas faixas pop. Por que resolveu ir para esse gênero?
Sou um artista que sempre lidou com a diversidade de gêneros. O gênero pop sempre esteve presente na minha música. Queria fazer um disco mais fluido, de absorção mais tranquila.
Qual a mensagem por trás de "Solitude"?
É o que você vê, é uma música apartidária que fala de momentos conturbados no mundo e no Brasil também, mas com uma mensagem otimista, visando um futuro promissor para todos.
Como enxerga o momento político atual?
Sentimento de expectativa. Não se sabe exatamente o que nós vamos ter até ter, até as coisas começarem a acontecer. Estou na expectativa como todos nós.
Acha importante discutir sobre política na música?
A música é um veículo. A gente quando escreve, quando senta para fazer uma canção, acaba colocando ali o que nos envolve, o que está acontecendo, as coisas que estão em tudo que é âmbito da vida. A música é um reflexo da vida, do que acontece, do que você está vivenciando.
Como foi fazer o dueto com o uruguaio Jorge Drexler em "Esplendor"?
Fiz uma música chamada "Meu Romance", que é um bolero espanhol, e tive a ideia de lançá-la em espanhol no mercado latino. Contactei o Jorge Drexler, o convidei para fazer a letra, ele fez uma versão e cantamos juntos. A experiência foi ótima, a gente ainda não se viu até agora, porque ele mora em Madri. Ele fez, mandou pra mim a gravação, o áudio e o vídeo. Eu fiz aqui o áudio e o vídeo, mixei os dois e vamos lançar esse clipe daqui a uns dias.
Em "Tenho medo de ficar só", você fala sobre o amor. Qual a importância dele na sua vida?
Na vida de todos. Sem ele, nem existe vida. A expectativa de todos é que se tenha uma pessoa com quem dividir a vida, as sensações, o sofrimento, a alegria, o prazer, etc. Isso é inerente ao homem, ao indivíduo. É um tema recorrente para qualquer poeta, para qualquer artista.
Como acha que seus fãs vão receber essas músicas novas?
Espero que bem, a expectativa é fazer com que as pessoas curtam, porque é para isso que a gente faz.
Esse é seu 24º álbum, de onde vem tanta inspiração?
Não é bem isso. A gente se inspira com o cotidiano, com as pessoas que a gente conhece, que a gente já conhecia, os assuntos, as vidas, as viagens, o que a gente observa, as cidades, o povo de cada lugar. A inspiração é essa.
Tem algum processo criativo ou é uma coisa que acontece?
O processo é esse. Sou um profissional da música. Então, tenho que lançar um disco. Agora estou lançando de três em três anos. Na época que tenho que trabalhar nisso, me sento e começo a trabalhar. Não tem muito mistério.
Qual a diferença do Djavan do início de carreira para o de agora?
Acho que se você fizer um apanhado do início de carreira para cá, você vai saber melhor do que eu [risos]. Mas o que ocorre é que a evolução se dá naturalmente, um dia após o outro. Você vai adquirindo mais saber com relação ao seu ofício e isso vai mudando e você vai agregando esse valor a cada dia.
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